«Pessoas que vão e devem voltar. Mas será que voltam?»

Depois dos exames nacionais e das merecidas férias, está a chegar o dia, que irá mudar a vida de muitos jovens oliveirenses.

Ingressar no Ensino Superior é uma experiência de abertura de conhecimentos, onde os jovens irão formar o seu espírito e mente, mas também será o primeiro ensaio das suas vidas, para a independência e responsabilidade pessoal.

Serão longos anos de dualidades, de estudo e de festas académicas. A Universidade consegue permitir ao adolescente viver, experimentar e alcançar objectivos, que à muito estavam nas suas mentes rebeldes.

Tristemente aproxima-se de forma rápida e inevitável a constante procura de um emprego. Para uns, essa mudança para vida profissional, torna-se mais complicada, do que para outros, dependendo do curso, da média e do próprio currículo, que se alcançou.

Não é fácil mudar de estilo de vida, muitos desejam ficar pela cidade que os acolheu nos últimos anos e outros desejam voltar para a terra que os viu partir.

A nossa cidade até é bastante agradável de se viver, pacata, segura, com boa gente, etc. Tudo o que um jovem deveria desejar para constituir família e realizar-se profissionalmente. Infelizmente, a ambição e a procura de uma vida melhor e com melhores condições financeiras, é compreensível, por parte daqueles que não querem ficar e estabelecer raízes nesta santa terrinha.

Ela, apesar de estar a crescer cultural, desportiva, politica e economicamente, ainda fica um pouco aquém de uma cidade verdadeiramente activa. Deixando, fugir pessoas válidas, que não se revêem na própria cidade, que se tornou apática e sem vida, preferindo assim “emigrar”.

É verdade, que já temos um melhor mercado municipal, um comedido hospital, um restaurado Cine-Teatro, um bom acesso à auto-estrada, hipermercados, bons espaços verdes e uma boa zona industrial. E que ainda vamos poder usufruir, finalmente, de uma boa e decente biblioteca, um arquivo municipal, um “novo” largo do Gemini, uma via pedonal, uma piscina coberta e um pavilhão gimnodesportivo.

É formidável, saber que Oliveira de Azeméis está a dar os primeiros passos, para sair da moleza e da estagnação social, criada pelo PSD durante muitos anos, e que finalmente temos políticos do PSD, que estão a trabalhar para o povo que os elegeu. Espero, que os mesmos, provavelmente reeleitos, ao terem realizado tantas obras, ao verem-se confrontados com a inevitável factura, não subam ainda mais o imposto municipal e o preço da água, que não coloquem parquímetros em todas as zonas da cidade e que não ponham os preços demasiado altos nos espaços culturais e desportivos, etc.

Acredito ainda, que eles, se preocupem, de uma forma séria e responsável, com plano urbanístico da cidade, pois ainda temos uma fábrica (Lactogal) no centro da cidade, prédios altíssimos, por toda a parte, um deficiente e incompleto saneamento citadino, um Centro Comercial Rainha, que infelizmente, é tudo menos uma zona comercial. Façam uma aposta num apoio social mais condigno e eficaz, ás famílias oliveirenses mais desfavorecidas, etc.

É bom ter uma cidade com melhores condições infraestruturais, no entanto, têm de se criar ainda mais condições, que levem as pessoas a querer ficar e que não se criem entraves às pessoas que preferem vir trabalhar e constituir família, para cá. Oliveira de Azeméis perdeu demasiado tempo e dinheiro no passado. As pessoas, que estão agora no poder e puderam vir a ocupar o mesmo, têm obrigação e o dever, de se esforçar, não estragando o que se construiu até agora, tendo o bom senso de gerir bem a cidade. Só com mais e melhores pessoas é que Oliveira de Azeméis se eleva verdadeiramente ao estatuto de cidade.

Não se pode deixar cair, outra vez, Oliveira de Azeméis no deserto cultural, desportivo, social, económico e político.



Autor: Emanuel Rodrigues
Data: 2005-09-06 - Hora: 04:40

Veja também:
Editorial
«Ângelo Azevedo é patrono de uma escola (...). É um exagero e, claramente,uma pura vaidade!»
2º Editorial
«Festas de La Salette chegaram ao fim. Um alívio para a entidade organizadora, digo eu.»
1º Editorial
«Este é um projecto diferente, inovador e irreverente»
© oazonline - geral@oazonline.com