PS reclama demissão de presidente (PSD) por ser arguido

O PS de Oliveira de Azeméis considerou hoje que o social-democrata Ápio Assunção "não tem condições políticas" para continuar como presidente da Câmara, por ser arguido num processo de desvio de materiais do estaleiro municipal. 

Numa conferência de imprensa dada hoje na sua sede, o PS local lamenta que tenha sido a imprensa regional a dar conta de que o presidente da Câmara foi constituído arguido e conclui que "ao estar sob suspeita, como gestor da coisa pública", Ápio Assunção "não tem condições para se manter no cargo".

Garantindo que não vai imiscuir-se no processo judicial e que acredita no funcionamento da Justiça, o PS de Oliveira de Azeméis reconhece que Ápio Assunção "é inocente até que exista, se existir, uma decisão condenatória com trânsito em julgado", mas conclui que o cargo de presidente da Câmara exige "confiança política e honorabilidade pessoal que hoje estão postos em causa".

Os socialistas esperam que Ápio Assunção tome a iniciativa de se demitir, mas não reclamam a queda do executivo, já que admitem existirem na actual Câmara de Oliveira de Azeméis "condições de governabilidade", mesmo com a saída do actual presidente.

"Apoio Assunção, que tem tantos anos já de exercício autárquico e político, tem experiência suficiente para saber tirar ilações. Se o não fizer, o PS, como maior partido da oposição e alternativa ao actual poder, assumirá as suas responsabilidades", disse Helena Serra, da concelhia do PS de Oliveira de Azeméis.

Lembrando que Marques Mendes "por inúmeras vezes referiu que todos os presidentes de Câmara constituídos arguidos se devem demitir", o PS de Oliveira de Azeméis espera agora que o líder do PSD "não assobie para o lado, fazendo de conta que não sabe de nada".

A notícia de que Ápio Assunção foi constituído arguido no âmbito de um processo relacionado com o desvio de materiais do estaleiro municipal, foi divulgada na última edição do jornal local "Voz de Azeméis".

O PS diz que "não sabe mais do que vem no jornal, nem quer saber, porque o processo está em segredo de Justiça", mas lamenta que o presidente da Câmara se tenha "mantido mudo, esperando transformá-lo num segredo político" e promete acompanhar com atenção o assunto, para saber "qual o conhecimento e envolvimento do presidente da Câmara" na situação que lhe deu origem.

Manuel Alberto Pereira, vereador do PS na Câmara, salientou que o seu partido tem chamado a atenção por diversas vezes de que a gestão municipal deve obedecer a regras, o que nalguns casos deu origem a processos disciplinares por utilização indevida de bens do Município, mas nem em todos.

Um desses exemplos foi o "desvio de combustível" para uma viatura pessoal, que não teve consequências "com a justificação de que a viatura em causa tinha sido usada para apoio de serviço".

O PSD de Oliveira de Azeméis realiza ainda hoje uma conferência de imprensa para comentar esta situação.


Fonte: RTP
Data: 2007-06-05 15:28

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