Manuel Alegre quer segunda volta

Embora com passagem simbólica, Manuel Alegre, candidato à presidência da República, esteve durante cerca de uma hora em Oliveira de Azeméis. O candidato poeta sustenta que “a sua candidatura apresenta uma dinâmica nova e que, se for à segunda volta, poderá ganhar as eleições.

Manuel Alegre, no dia dedicado ao distrito de Aveiro, cumprimentou os presentes, poucos à chegada ao Jardim Público, mas que foram aumentando em número, entrou no Lusitano, tomou um café e, no final, fez uma pequena declaração aos presentes, neste contacto com o povo do distrito onde nasceu. O candidato recordou que nos primeiros meses de vida, por força das circunstâncias do pai trabalhar em Oliveira de Azeméis, residiu cá, onde uma coqueluche quase o vitimava.

Um grande movimento nacional
Falando da sua candidatura, Manuel Alegre considerou-a “um grande movimento nacional de cidadania, uma grande esperança, algo de novo que está a acontecer à volta dela. É um movimento de cidadãos que se constituiu sem apoio partidário, um momento pioneiro em Portugal de democracia participativa”. O candidato foi mais longe e lembrou que “os partidos políticos são importantes, mas não podem afunilar a vida política e vão sofrer a concorrência dos cidadãos”.

A primeira semana de campanha revitalizou a candidatura e Manuel Alegre viu com satisfação o carinho e o apoio que recebeu por esse Portugal fora, recordando as passagens por Viseu, Alentejo, Faro, Fafe entre outras localidades. “Há uma grande vontade de renovação, encontrei muitas pessoas com grande alegria e garra. Temos sedes em todos os distritos e milhares de cidadãos, de vários quadrantes políticos, a apoiar-me, o que significa que não estão contentes com os partidos políticos”. Por isso mostra-se confiante, tanto mais que, assinalou, “há uma nova dinâmica, as sondagens dão uma baixa progressiva na candidatura de Cavaco Silva e uma subida ou estabilização da minha votação”.

Aliás, Manuel Alegre está consciente de que, neste momento, “a escolha é muito clara: entre mim e Cavaco Silva”.

As nossas ameaças
Perspectivando-se no mais alto cargo da Nação, Manuel Alegre defendeu que “é preciso mudar o modelo de desenvolvimento existente, já que temos dois milhões de pessoas no limiar da pobreza, 500.000 desempregados, uma taxa de abandono e de insucesso escolar elevada e a desertificação do interior. Estes é que são a nossa ameaça, prosseguiu, pelo que os direitos sociais e políticos são essenciais”.

Referindo-se aos últimos desenvolvimentos da vida nacional, nomeadamente a sustentabilidade da Segurança Social e os relacionados com a Justiça, afirmou que “são questões de regime. Comigo na presidência da República, o Sistema Nacional de Saúde, bem como o da Segurança Social não serão destruídos”, acrescentando que, como comandante supremo das Forças Armadas, fará tudo para as dignificar. Comigo as Forças Armadas não entrarão em nenhuma acção no exterior fora do âmbito das Nações Unidas”, garantiu.

Sobre a presença de Portugal na Europa, Manuel Alegre defende que “estaremos lá sem subserviências e com as nossas armas, a nossa cultura, a nossa história”. Consciente de que o Presidente da República não governa, Manuel Alegre também não quer que seja um mero corta-fitas. “O Presidente da República tem de intervir, despertar as energias do Estado, exigir transparência democrática e que o poder económico não se sobreponha ao político”.

Ainda antes de partir, Manuel Alegre depois de ouvir o queixume de um ex-combatente que se sente desprezado, reconheceu que “o Estado tem uma dívida de gratidão para com os combatentes e não os pode ignorar. Houve várias gerações que foram sacrificadas, eu também fui combatente no Ultramar”, concluindo que se for eleito, “como Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, serei sensível a essa problemática”.


Dr. Carlos Afonso

“É a melhor candidatura”

O Dr. Carlos Afonso e Roma Resende, foram os elementos da Comissão Política do PS que vimos na recepção a Manuel Alegre. O primeiro afirmou em declarações à Azeméis FM Rádio que acreditava no projecto de Manuel Alegre. “Apesar de ser uma candidatura pobre de meios, sem apoio das forças partidárias, faz o que é possível. É o melhor candidato de quantos se perfilam, é a candidatura da solidariedade, da fraternidade e da solidariedade, pelo que a eleição de Manuel Alegre só enriqueceria Portugal”.

Carlos Afonso acredita que Manuel Alegre irá à segunda volta, mas, alertou, “as sondagens valem o que valem, o que conta são os votos na urna”.


Fonte: Correio de Azeméis
Data: 2006-01-17 17:32

Veja também:
PSD ganha intercalares em Macieira de Sarnes
O PSD ganhou as eleições intercalares para a Assembleia de Freguesia de Macieira de Sarnes, no concelho de Oliveira de Azeméis.
PSD solidário com autarca de Oliveira de Azeméis constituido arguido
O PSD de Oliveira de Azeméis solidarizou-se ontem com o presidente da Câmara, Ápio Assunção, convidado a demitir-se pelo PS por ser arguido num processo relativo ao desvio de materiais do estaleiro municipal.
PS reclama demissão de presidente (PSD) por ser arguido
O PS de Oliveira de Azeméis considerou ontem que o social-democrata Ápio Assunção "não tem condições políticas" para continuar como presidente da Câmara, por ser arguido num processo de desvio de materiais do estaleiro municipal.
PS acusa Câmara de "dívida brutal"
A dívida da Câmara de Oliveira de Azeméis é "brutal", segundo a presidente da Concelhia do PS e deve atingir "provavelmente os 70 milhões de euros", segundo a presidente da Concelhia do Partido Socialista.
Pecados da cidade segundo o PS
O PS concelhio promoveu uma visita pela área central da cidade para demonstrar os problemas relacionados com as acessibilidades e a requalificação urbana. Os socialistas criticaram aquilo que entendem estar menos bem e também fizeram sugestões.
© oazonline - geral@oazonline.com